quarta-feira, 13 de junho de 2012


Incompletamente Feliz!



Você que circula pela BR 116, na região metropolitana de Porto Alegre, já deve ter reparado na quantidade de outdoors que poluem visualmente boa parte da rodovia, certo? Pois bem, vou citar aqui o conteúdo de um deles que me chamou a atenção. Era uma propaganda de um condomínio novo que dizia o seguinte: "Você totalmente satisfeito".

Seria uma atitude radical, mas poderiam processar essa construtora por propaganda enganosa. Como se as pessoas pudessem ficar totalmente satisfeitas com um apartamento ou outra coisa qualquer. Sempre vai existir um "porém", se tratando de obra então...

É impressionante como escuto gente reclamando das dificuldades em reformar ou decorar um apartamento. Ok, esse assunto é xarope e ninguém aqui deve estar interessado nos problemas com marcenaria, montagem, atraso nas entregas, enfim, os abacaxis que os outros tem de descascar.
Irei focar na questão que acabou me servindo de inspiração para esta postagem no Blog. Que história é essa de satisfação plena???

Por mais que o ser humano tente, jamais alcançará a perfeição, nem quando depende da vontade dele, muito menos quando é da responsabilidade de outra pessoa. O normal é nos acostumarmos com aqueles erros que aparecem no percurso, os imprevistos. É, mas na prática não é tão fácil aplicar a teoria e administrar situações que fogem do nosso controle.

É como se não existisse um planejamento que assegurasse o sucesso integral de determinado projeto. Sempre estaremos satisfeitos em parte. Sim, porque não era para ter aquele desnível do piso entre a sala e a cozinha, nem o espelho recortado daquele tamanho...Por que faltou luz na festa na hora do brinde? E por que o fotógrafo chegou duas horas depois do combinado?
Você sabe a que me refiro.

Da mesma forma são os relacionamentos. Para isso, não existe melhor definição do que a velha e conhecida frase: "sempre tem um chinelo velho para um pé torto, ou um pé cansado". Que sirva de consolo aos eternos insatisfeitos. Nenhuma alma gêmea vai mudar essa realidade. Cabe a nós decidirmos se seremos capazes de conviver com aquilo que nos incomoda no outro, ou não. E não se pode ter tudo, apenas um pouco de cada coisa.
Resumindo a ópera, é possível sermos felizes mesmo parcialmente satisfeitos e ponto final.