quarta-feira, 30 de maio de 2012


O TEMPO QUE NOS ENDURECE

Como é bom fazer aniversário e assoprar as velinhas, não é mesmo? Momento mágico na infância, nostálgico mais adiante...Claro que muita gente detesta a idéia de ficar um ano mais velho (a), todos querem conservar a juventude.

É, mas o meu objetivo não é falar sobre as rugas ou pés de galinha que aparecem com o passar da idade, proponho abordar aqui sobre o endurecimento humano.
Não sei se escolhi o termo certo, até porque nunca li nada a respeito, mas decidi classificar desta forma o modo como vejo, aos meus 30 anos, esse processo do envelhecimento.

Embora nem todos concordem com meu ponto de vista, penso que vamos encarando certos acontecimentos da vida com menos euforia. Sabemos que muitas expectativas geram frustrações e a voz da experiência nos grita que nem tudo são flores...
Quero dizer que deixamos de nos iludir com as pessoas, especialmente depois que nos decepcionamos inúmeras vezes.

Imagina o tamanho da carga que carregamos?
A medida que envelhecemos, construímos um senhor currículo e somos boa parte do que consta nele. Aí vem o endurecimento a que me refiro, nós vamos ao longo da vida sendo moldados pelas circunstâncias. Assim como uma pedra bruta modificada pelo homem no processo de lapidação. A diferença é que em nós, seres humanos, essa "lapidação" muitas vezes nos enrijece por dentro, nos boicotando inclusive.

Percebemos que depois de uma certa fase já não sentimos as mesmas emoções da adolescência, nem agimos com os mesmos impulsos. Mas será muito pessimista dizer que a vida antes colorida evolui para o preto e branco? Talvez.
O fato é que desenvolvemos uma espécie de "casca" de proteção a cada nova primavera para absorvermos melhor os impactos das quedas. Esse seria sem dúvida, o lado bom do endurecimento.
Afinal de contas, pra quê amolecer o escudo a essa altura do campeonato, não é mesmo?

quarta-feira, 16 de maio de 2012




Se existe algo difícil de explicar é aquele tipo de história que o povo elege como lenda. Simplesmente o fato
entra para a lista das crendices populares e acaba sendo lembrado por inúmeras gerações. Vou citar um exemplo curioso, o de um crime passional que deu origem à lenda da Lagoa dos Barros.

O assassinato de Maria Luiza aconteceu em 1940, mas até hoje tem gente que insiste em dizer que enxerga na curva da lagoa dos barros, entre os municípios de Osório e Santo Antônio da Patrulha, uma mulher vestida de noiva que corre pela estrada.
Ui, senti um arrepio só de imaginar...

Se você nunca ouviu essa história antes, vale a pena gastar dois minutinhos do seu tempo precioso para assistir ao vídeo postado no You Tube que conta o caso que repercutiu nos principais jornais impressos da época. A gaúcha que foi morta pelo companheiro, na noite de núpcias. Para se livrar do corpo da mulher que supostamente amava, o homem viajou até Osório e resolveu jogá-lo naquela lagoa. O local até hoje é rodeado de suspense, como se fosse extraído de um filme.

Na minha infância, em São Gabriel, ouvia muito falar da finada Guapa. "A mulher de vermelho" que viveu na cidade na década de vinte, também foi assassinada e até hoje recebe milhares de oferendas em seu túmulo. Ela teria sido vista depois de morta por um taxista. Reza a lenda que o fantasma da mulher entrou no carro de praça, como era chamado naquela época, e o endereço da corrida coincidia com o número da quadra e da capela onde Maria Isabel Hornos, está enterrada...

Búuuuuuuuuu
Não é a toa que existe aquele velho ditado: "No creo em brujas, pero que las hay, las hay". Quem sou eu para duvidar. Mas creio que histórias como essas ganham tamanha notoriedade justamente por mexerem com o imaginário das pessoas. E vamos combinar, as milhares de fábulas contadas por aí certamente não caberiam num gibi.

Por via das dúvidas, quando você cruzar a lagoa dos barros fique atento para não se distrair, se acaso surgir na calada da noite, uma mulher de vestido branco correndo no meio da estrada...

segunda-feira, 7 de maio de 2012


Que atire a primeira pedra...

Quando estamos em meio a um diálogo entre amigos ou colegas de trabalho, existe uma troca de idéias, experiências, cultura, enfim...É um momento enriquecedor, não acham?
É, mas dependendo do assunto o bate-papo pode ser um tanto empobrecedor.
Estou falando daquelas pessoas que sentam na mesa de um bar ou restaurante apenas para falar mal da vida alheia, trocando em miúdos, fofocar.

Outro dia quando jantava com um grupo de amigos comecei a observar mais atentamente esse tipo de comportamento. E rapidamente conclui, como a pimenta nos olhos dos outros é refresco para os invejosos. É o tempero da comida desses alcoviteiros de plantão.

Sim, a grama do vizinho é sempre mais verde. Motivo suficiente para falarem mal até que o gramado pareça amarelado e seco aos olhos de quem sequer o conhece.
Gente que horror! Quanto tempo perdido em um encontro interessante para colocar em pauta: o que os outros fazem ou deixam de fazer.

Garanto que você aí está com vontade de me perguntar, "quer dizer Luiza que você nunca falou mal de alguém?"
- Claro que já, inúmeras vezes. Mas juro que evito ao máximo e me policio para não cair em tentação. Até porque prefiro mil vezes falar sobre coisas que interessem a mim e, tão somente aos demais envolvidos na roda de bate-papo, do que manter a língua afiada.

Vai ver é por isso que o Facebook tem tanto ibope, milhares de craques na arte da espionagem. Adeptos que sabem tudo o que se passa no mural de fotos, recados, o que está rolando no mundinho virtual dos outros. Dali tiram inclusive, a munição para o bombardeio.

Vou defender o Blog e o Twitter porque considero essas ferramentas, antes de mais nada, fontes de informação. Na verdade, usei o Face apenas de exemplo.
Mas tem também o outro lado, aqueles que fazem questão de impressionar os outros, não ficam para trás. São pessoas inseguras e que sentem a necessidade de chamar a atenção ou se tornar o centro dela.

Bem, já viram que esse assunto rende muitoooooooooooo pano pra manga. E não deixa de ser um tema delicado, diante de um fato que derruba qualquer argumento: o teu, o meu, o nosso telhado também é de vidro. 

Alguém aí vai querer jogar a primeira pedra???