O TEMPO QUE NOS ENDURECE
Como é bom fazer aniversário e assoprar as velinhas, não é mesmo? Momento mágico na infância, nostálgico mais adiante...Claro que muita gente detesta a idéia de ficar um ano mais velho (a), todos querem conservar a juventude.
É, mas o meu objetivo não é falar sobre as rugas ou pés de galinha que aparecem com o passar da idade, proponho abordar aqui sobre o endurecimento humano.
Não sei se escolhi o termo certo, até porque nunca li nada a respeito, mas decidi classificar desta forma o modo como vejo, aos meus 30 anos, esse processo do envelhecimento.
Embora nem todos concordem com meu ponto de vista, penso que vamos encarando certos acontecimentos da vida com menos euforia. Sabemos que muitas expectativas geram frustrações e a voz da experiência nos grita que nem tudo são flores...
Quero dizer que deixamos de nos iludir com as pessoas, especialmente depois que nos decepcionamos inúmeras vezes.
Imagina o tamanho da carga que carregamos?
A medida que envelhecemos, construímos um senhor currículo e somos boa parte do que consta nele. Aí vem o endurecimento a que me refiro, nós vamos ao longo da vida sendo moldados pelas circunstâncias. Assim como uma pedra bruta modificada pelo homem no processo de lapidação. A diferença é que em nós, seres humanos, essa "lapidação" muitas vezes nos enrijece por dentro, nos boicotando inclusive.
Percebemos que depois de uma certa fase já não sentimos as mesmas emoções da adolescência, nem agimos com os mesmos impulsos. Mas será muito pessimista dizer que a vida antes colorida evolui para o preto e branco? Talvez.
O fato é que desenvolvemos uma espécie de "casca" de proteção a cada nova primavera para absorvermos melhor os impactos das quedas. Esse seria sem dúvida, o lado bom do endurecimento.
Afinal de contas, pra quê amolecer o escudo a essa altura do campeonato, não é mesmo?